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As cotações da soja tiveram nesta segunda-feira (21.05) um dia de comportamentos mistos no mercado físico brasileiro, Sem correspondência direta com a valorização da CBOT (Bolsa de Chicago). De acordo com os índices do Cepea, feitos junto aos diversos participantes do mercado, em média os preços desceram 0,03% nos portos e subiram 0,24% no interior do País.

Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, olhar esse fechamento, assim como olhar os preços, pode ser enganoso: “Hoje Chicago subiu muito, mas esta alta não trouxe nenhum benefício ao produtor brasileiro. O que aconteceu, na realidade, é que duas, das três variáveis do tripé (Chicago, prêmio e câmbio), caíram hoje, no Brasil”. 

 Segundo ele, no Rio Grande do Sul as indústrias de soja estão abastecidas – com a exceção da Bunge, todas originam de produtor e já compraram bastante, suficiente para ter um 1º semestre tranquilo. “O esmagamento está melhor, sem dúvidas: 75% de atividade, 22% esmagado a mais no 1º quadrimestre, 75% de uso, considerando tamanhos, custos [...] é um bom número”, diz Pacheco.

 Nos portos rodou Paranaguá spot hoje a R$ 87-88,00/saca sobre rodas. Em São Francisco do Sul, negócios a R$ 89,00/saca agosto e em Santos R$ 87,00/saca no “spotão”. “Como se vê, as cotações da soja estão patinando nos níveis atuais. Por mais que Chicago suba, ou o dólar suba, individualmente, o preço no interior não sobe (porque é uma conta de compensação)”, explica o especialista. 

 “Então, nossa recomendação continua a de vender agora, porque os lucros ainda estão muito elevados e é preciso agarrá-los, quando aparecem. Este é um ano raro! Cuidado com algumas manchetes que informam ‘Chicago subiu 26 pontos’ sem mostrar os reais efeitos sobre o preço no Brasil, criando uma falsa idéia de tendência na cabeça de quem lê”, conclui.